ESPEN certifica agentes da Penitenciária Feminina do Paraná 18/07/2017 - 14:10

Em uma pequena cerimônia na sala da direção da Penitenciária Feminina do Paraná - PFP, a ESPEN fez a simbólica entrega dos certificados às agentes indicadas como relatoristas em cada uma das turmas que participaram do Curso de Atualização Contextualizada em Técnicas de Segurança, na sexta-feira, dia 14.
O curso foi idealizado exclusivamente para as agentes dessa unidade penal e executado durante os meses de Abril, Maio e Junho.

Como foi idealizado?
A situação do Sistema Penitenciário do Paraná, embora mais amena, não passa longe da conjuntura nacional. Com um quadro de pessoal enxuto, o que pode vir a fragilizar a segurança e custódia, cabe a administração focar no treinamento constante do pessoal. O aumento da população carcerária que nos últimos quatro anos, sendo que o encarceramento feminino foi proporcionalmente maior do que o masculino, é preciso preparar seu quadro feminino para atuar no novo cenário carcerário no qual se tem o aumento da população feminina que adentra as prisões mais qualificada para o crime, adidas às facções criminosas. Ressalta-se que a experiência tácita dos profissionais dessa área constata que o perfil criminógeno feminino apresenta características diferenciadas do público masculino.
Com o objetivo de instrumentalizar as Agentes Penitenciárias que formam o corpo da guarda na Penitenciária Feminina do Paraná com conhecimentos técnico-operacionais fundamentados na ciência do comportamento humano para atuar na custódia de presas considerando as especificidades da dinâmica atual da unidade, a ESPEN promoveu o Curso de Atualização Contextualizada em Técnicas de Segurança.

Metodologia e programa
O treinamento foi realizado em duas etapas, sendo a primeira com as disciplinas Espaços institucionais de sensibilização e empoderamento de servidores e A formação social dos grupos em situação de privação de liberdade: sociometria e psicodrama.
Em seguida, iniciou-se a segunda etapa com as disciplinas Noções de gerenciamento de crise, Técnicas Operacionais de Algemamento e Defesa Pessoal.
Ao todo 74 agentes da PFP passaram pelo treinamento, divididas em 06 turmas, no período de 18 de Abril a 26 de Junho de 2017, com aulas realizadas nas dependências da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, Escola Superior da Polícia Civil e Comando da Polícia Militar.
Como resultado espera-se que ao final do treinamento as agentes tenham recebido conhecimentos para atuarem no algemamento da presa conforme padrões legais considerando as condições da unidade penal, utilizar-se de técnicas de defesa pessoal quando em situação de ataque de presas ou grupo de presas, promover a condução segura de presos nas dependências da unidade e fora dela utilizando-se de técnicas adequadas, elaborar uma contextualização da realidade carcerária numa perspectiva da macro e micro política criminal e penitenciária diante da conjuntura politico-econômica situando-se como sujeito dessa realidade e posicionar-se como protagonista e como observadora dos principais problemas envolvendo as relações interpessoais que impactam a unidade penal (contradições da custódia disciplinar e preventiva e o tratamento penal como protagonista da manutenção da disciplina numa perspectiva de sustentabilidade "redução de tensões" e cumprimento da lei).
Foram indicadas pelas participantes, 06 agentes que integrarão uma equipe que passa agora a elencar as dificuldades encontradas no desempenho da função e sugestões de melhorias, com demandas para a ESPEN, direção da unidade e DEPEN. Assim, além de serem treinadas, as agentes participam do processo de melhoria nas condições de trabalho na unidade.
O diretor da ESPEN destaca que esse é um evento importante, pois, via de regra, os treinamentos são pontuais e destinados a um grupo de servidores, mas nesse curso treinamos todas as agentes da unidade, uniformizando, assim, o conhecimento adquirido por elas.
A ESPEN já estuda a possibilidade de que essa proposta seja levada às demais unidades penais, funcionando como um recurso de prevenção em situações de crise.

Segundo o diretor da ESPEN, Edevaldo Miguel Costacurta "esse curso tornou-se o ponto alto da ESPEN, pois possibilitou a transmissão de conhecimento de maneira homogênea a praticamente todas as agentes da unidade, possibilitou à essas profissionais externalizarem sua percepção sobre sua rotina de trabalho e abre um espaço participativo na organização da unidade".

Novas ações ainda envolverão essas agentes através da execução de atividades pós curso que serão desenvolvidas com acompanhamento da coordenação pedagógica da ESPEN.