Consolidando conhecimento e prática social, a ESPEN intensifica os trabalhos de recuperação dos documentos que compõe a história do Sistema Penitenciário do Paraná.

Baseados no moderno conceito de museu integral, que proporciona uma visão de conjunto de seu meio material e cultural, e frente à necessidade de implementar um trabalho de recuperação do acervo documental do sistema prisional do Paraná, desde 2015 o Projeto de Recuperação de Documentos Históricos do Sistema Penitenciário atende a premissa básica da execução penal: a recuperação da Pessoa Privada de Liberdade (PPL) e seu retorno à sociedade.

Contando com mão de obra de equipe de monitorados por tornozeleira eletrônica, o setor restaura aproximadamente 2.400 folhas ao mês, que compõem os prontuários de PPL’s da antiga Penitenciária do Estado, hoje Penitenciária Central do Estado (UP e US) e a já extinda Prisão Provisória de Curitiba.

Cada colaborador conta com materiais bastante específicos como luvas, óculos de proteção e máscara descartáveis. Dentre os suprimentos especiais utilizam itens como papel japonês para restauração de obras raras, de gramatura 9g/m² e ph neutro, e papel cartolina branco, 270 gramas, com reserva alcalina, resistente a fungos, bactérias e intempéries, além espátula térmica e CMC Carboximetilcelulose.

Para esse meticuloso trabalho há um processo que deve ser seguido à risca:

- Preparação da folha a ser trabalhada: retira-se o excesso de impurezas do documento com uma trincha, passando-a de cima para baixo, seguida da higienização com lixa fina e flanela.
- Reconstrução: as bordas defeituosos são retiradas e a reconstrução feita com o papel japonês 9g, colado com uma mistura de cola e CMC Carboximetilcelulose.

O papel japonês dessa gramatura é resistente e fino e permite a reconstrução da borda danificada de forma discreta, mantendo visível a escrita, conforme o conteúdo inserido, se à caneta ou máquina de escrever, tamanho e intensidade da fonte e da tinta, além de permitir suaves dobras, sem danificar o documento.

Desde sua implantação o setor já higienizou e recuperou aproximadamente 70.000 folhas de um total estimado em 500.000, somente dessas duas unidades penais, o que indica que o trabalho é longo.

Como ação de ressocialização, pode ser ampliada, a fim de oportunizar à pessoa que cumpre pena em meio alternativo, uma forma de retorno à sociedade com habilidade destacada e conhecimento ímpar. Para isso, além da fundamental necessidade de que o trabalho seja contínuo, as parcerias são essenciais, pois há uma grande riqueza de conhecimento dentro da própria esfera pública que pode e deve ser explorada. Criatividade e, principalmente, resiliência são fundamentais, na gestão pública, pois só o trabalho, aliado à educação, permitirá tal transformação.

O papel da ESPEN e o Acervo Histórico do Sistema Penitenciário do Paraná

Desde 2004 evidenciam-se os esforços para reunir em um único local o acervo, tanto fotográfico quanto documental como objetivo da preservação para posterior estudo.

Em 2013 a ESPEN assume a gestão desse acervo, realizando a manutenção e organização dos itens que o compõe, bem como a recuperação dos documentos. O projeto, em parceria com a DIPRO / DEPEN,  permitiu a criação de um canteiro de trabalho para monitoradas, treinadas pelo Museu Paranaense.

Essa iniciativa mantém preservado o registro da história do Sistema Penitenciário do Paraná e ao mesmo tempo cumpre o papel social de reinserção na sociedade das pessoas que cumpriram suas penas, possibilitando um recomeço através de uma qualificação diferenciada.

Compõem nosso acervo aproximadamente 20.000 prontuários, 83 livros de registro de PPL’s entre outros documentos, que somam mais de 500.000 documentos produzidos no período de 1909 a 1979, além de acervo fotográfico e bens móveis e réplica da carroça para condução de PPL’s de 1910, e todos estarão disponíveis para a visitação na sede da ESPEN.

Para conhecer mais agende sua visita através dos seguintes canais:

Telefone: 41 2109-1205

Whatsapp: 41 9235-1866

Email: espen@policiapenal.pr.gov.br